Relação Produtor X Extencionista

Uma grande dificuldade que eu particularmente encontro na extensão, é a  desconfiaça do produtor em aderir as novidades apresentadas pelos extensionistas. Muitos ás vezes preferem não receber mais visitas do que se abrir ao novo!!

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Respostas

  • Olá pessoal, falo aqui da região serrana fluminense, os produtores de leite daqui são diversificados quanto a adoção de novas práticas na atividade leiteira, uns levam anos para se convencerem e se inclinarem para uma nova tecnologia, até mais por realmente fazer o mínimo para que possa ter um incremento em sua produção; muitos se empolgam com uma tecnologia que apareceu no programa tal, e o vizinho deu início, o ponta pé inicial, daí vem te procurar em bando. Outros são sinceros, querem realmente fazer a coisa acontecer, fazem tudo certinho no tempo deles ( recursos financeiros e humanos ), podem levar tempo, mas quando sentem o incremento na produção saltar, ficam felizes, pois está dando certo, depois de intenso trabalho e suor. Prestar assistência e fazer extensão para este público é muito proveitoso e é uma profissão boa, a desconfiança ( assunto do tema ) se existe finjo não saber, vejo nos olhos e comportamento do sujeito que ele sabe que eu sei que me observa com a tal desconfiança, à vezes, mas acho engraçado, pois já vi os camaradas se mandarem para a virada da vertente da propriedade e a esposa dizer que manél tá roçando lá na virada da vertente eheheh, acontece, mas quando vejo esse mesmo camarada vir depois me procurar em meu escritório aí dou risada hahahahah. O tempo na roça é um fator muito importante para  eles. 

  • Sou tecnico do programa balde cheio na região da zona da mata de MG,realmente existe uma grande barreira cultural entre o produtor e o tecnico,principalmente na atividade leiteira pois na maneira de pensar do produtor ele já vem de uma família onde seus antepassados tambem eram produtores de leite e se passou o conhecimento de pai para filho.E quando se coloca a sua frente um profissional qualificado por uma escola ou centro de pesquisa e que na maioria das vezes seus metodos são questionados por estarem ultrapassados há uma reação negativa muito grande pois pelo fato de trabalharem a vida toda em função do preço do leite que sofre uma variação muito grande durante o ano visualisam o tecnico como fonte  de despesa.Mas se o tecnico conseguir provar para o produtor que trabalhando para produzir o leite com baixo custo a variação de preço não vai ser mais um fator de risco então posso dizer por experiencia própria que as tecnicas serão benvindas e aplicadas com muito afinco. 

  • Desde 2005 estamos imaginando um encontro somente de extensionistas em nossa região. Isso sem patrocínio que seja intervenção no conteúdo. Temos a Embrapa em JF que poderá nos dar o suporte para fazê-lo com foruns presenciais multiplos. Acreditamos que um dia vai acontecer.

  • Bom dia a todos! Trabalho com consultoria. Somos coordenadoresde um programa chamado Projeto Ouro Branco, em Miradouro-MG que atua junto a agricultores familiares na produção de leite. Hoje abraça a questão de produção juntamente com questões sociais. Tivemos semana passada um evento com coordenação do núcleo de Transferência de Tecnologia CNPGL-JF (www.miradouro.mg.gov.br). O desejo é que a difusão da tecnologia arrombe as portas do governamental e muitos outros profissionais liberais e empresas particulares tenham acesso facilitado a ela. Isto somando-se as oficiais ou governamentais, que já procedem com a ação. Nossa região tem pouca participação em eventos de TT. A cultura ainda não está implantada nos produtores ditos "formadores de opinião", que funcionam como uma trava. Assim o acesso a tecnologias vindas direto de empresas vendedoras, cujos aportes lhes permitem agressividade na oferta, muitas vezes são privilegiados. Estamos para transformar!!!

  • Obrigado a todos pela contribuição!!!!!
  •    Olá, Willian, quero parabeniza-lo pelo modo como coloca sua visão técnica, tanto, na 1º postagem, assim como nesta ultima expressão em relação a questão que mencionei.

       Sou técnico agrícola, trabalho na EMATER/RS, tenho 12 anos de extensão rural e sempre procurei ver a agricultura e nossos agricultores como potencial para nosso país. Acredito nas tecnologias desenvolvidas pela pesquisa, e, em seus pesquisadores, poís, são eles que nos fazem evoluir e nos trazem questões para debate, etc.

       O que precisamos é entender, como extensionistas, qual é nossa função frente as tecnologias, a de agir como impositores destas ou usa-las como intrumento de crescimento?

       És muito feliz quanto coloca a questão: - Novas tecnologias p/ quem? - Este é o ponto crucial p/ o extensionista, saber quem de fato estamos ajudando, o produtor e sua FAMÍLIA , p/ que este cresça e realmente participe do mercado agrícola, ou as empresas, p/ que aumentem seus lucros e logo transformem uma FAMÍLIA em público da cidade?

       Quero parabenizar nosso colega Romulo Aguiar, por levantar a questão, a qual, nos oportuniza grandes debates.

  • Enio, eu concordo com você, com as etapas que mencionou e com o que disse a respeito do posicionamento do técnico. Eu acredito que nós, técnicos, somos moldados nas faculdades muito mais para aplicar uma tecnologia do que para conversar com as pessoas ou discutir e ponderar problemas para chegar a soluções viáveis.

    Nos cursos técnicos em agropecuária, de agronomia, de zootecnia e de veterinária que conheço as matérias são quase que exclusivamente técnicas. Acredito que seja necessário incluir nos currículos sociologia, antropologia, psicologia, política. Quando o profissional recém formado sai para trabalhar no campo eu acredito que esta é a área com maior dificuldade: lidar com pessoas, com projetos pessoais. Não devemos esquecer que o extensionista desenvolve um papel político, participa de um jogo de interesses que precisa ser elucidado. É o que estamos fazendo aqui nesta discussão, de certo modo. Novas tecnologias para quem? Quais setores levam vantagem com a adoção de certa tecnologia? A organização de produtores é bom para quem? O técnico está sendo instrumento de quem? Não é para contestar e protestar, mas para conhecer onde ele(a) se insere no processo.

    No processo de modernização da agricultura dos anos 1970 e 1980, por exemplo, os extensionistas participavam de um processo de governo em que a agricultura precisava fornecer mão de obra e insumos para a indústria, assim como consumir os produtos daquele segmento (máquinas e implementos, adubo, etc.).

  •  Na relação entre produtor x técnico, acredito que nós técnicos, precisamos 1º entender o produtor, suas necesidades, seus objetivos, sonhos, desejos, suas alegrias, motivações, sua FAMÍLIA e principalmente sua aptidão. Passado esta 1º fase, penso que o próximo passo é entender a propriedede agrícola, ou seja, levantar alguns pontos importantes a ser considerado, por exemplo: sua localização, seu relevo, sua disponibilidade hidrica, sua aptidão agrícola, etc. E apartir desta lógica social definir com a FAMÍLIA algo técnico a nível de propriedade.

     Ao analisar a atividade de extensão, vejo que, na maioria das vezes agimos como impositores de tecnologias, como se estas, fossem a salvação ou as coisas mais corretas que se tem para evoluir, negando sempre que, do outro lada tem uma FAMÍLIA. 

     Aqui deixo uma questão para analisarmos, será que durante e após nossa formação não fomos induzidos a impor técnicas ao invés de disculti-las? será que não fomos treinados a impor nossa ideia técnica, sem perguntar a quem ia executar, se este realmente sentia-se bem com isso? 

  • Olá, colegas, sou formado técnico em agropecuária a desessete anos, e vejo que nosso trabalho é muito importante, nós extensionistas que trabalhamos com produtores temos a missão de levar a eles as novas tecnologias disponíveis, mas sabemos da resistência que eles tem, não só eles, todo o ser humano tem certa resistência ao novo, existe uma desconfiança, será que funciona? Por isso, primeiramente, precisamos ganhar a confiança destes produtores, não podemos esquecer das dificuldades que eles enfrentam no seu dia-dia, muitas vezes, falta de recursos, problemas familiares, muitas vezes fizemos o papel de piscicólogos, estamos aí para ajudá-los.

    Temos que mostrar a eles a realidade, as mudanças que ocorrem a cada dia mais rápidas, para que eles possam acompanhar essa evolução. A extensão rural e a pesquisa precisam andar sempre juntas, para que ocorra essa transferência de tecnologias. Sabemos da dificuldade que existe nas diversas regiões do nosso país, a falta de mão de obra, dificuldade de acesso a crédito, condições adversas de clima, mas estamos aí, todo dia tentando convencer os produtores a aderir a novas tecnologias, está é a nossa missão de extensionistas.

    Um abraço a todos.

  • Cabe aos técnicos fazer com que produtor enxergue sua propriedade como uma empresa, dai passamos a ter uma visão mais ampla do produtor de como devem ser tomadas as decisões em relação a sua propriedade, proporcionando assim uma melhor condição de trabalho ao técnico!!!
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