O Programa Minas Leite executado pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG), atende atualmente a 1.078 produtores cadastrados no Estado. Entre eles está o produtor familiar Paulo Sérgio Guerra, do município de Senador Cortes, Zona da Mata mineira, que depois de aderir ao Minas Leite, viu o Sítio Guaraná se tornar referência para os produtores da região.

Entre as mudanças efetivadas no sítio, o destaque é o reaproveitamento do espaço. "Ele pegou o pasto e fez uma divisão simples, aproveitando a capineira, de uma maneira bem econômica e com pouco gasto", informa o coordenador da Emater-MG, Antônio Domingues. Para promover as mudanças sugeridas pelo programa, o produtor teve pouco gasto mas está contabilizando lucros.

"O agricultor está lucrando mais depois do Minas Leite. Comprou tanque de armazenamento para o produto não perder a qualidade e segue religiosamente os passos da produção de leite de qualidade, orientados pela Emater-MG". Além disso, segundo informa o coordenador regional, ele trabalha com inseminação artificial.

De acordo com Antônio Domingues, o Sítio Guaraná virou modelo do Minas Leite. Técnicos das cidades da Zona da Mata costumam levar produtores rurais até a propriedade de Paulo Guerra para estimulá-los a seguir as instruções do programa. O objetivo é aumentar a renda familiar dos produtores através de mudanças de baixo custo.

Cuidados básicos para produzir leite de qualidade

O coordenador estadual de bovinocultura da Emater-MG, Feliciano Oliveira, ressalta que a qualidade do leite pode significar um diferencial para o produtor em termos de ganho, pois produzindo o que o mercado exige, ele lucra mais. Além disso, outro ponto importante nesta produção é a saúde pública.

Para produzir leite de qualidade exigido pelo mercado consumidor é preciso tomar alguns cuidados, ou seguir um ritual de produção que tem dado certo, através do acompanhamento da Emater-MG. "O produtor deve observar as seguintes condições dentro da fazenda: saúde do animal, limpeza e higiene das instalações, equipamentos e utensílios de limpeza, passando pela postura do ordenhador, que deve observar sua higiene pessoal e também a do animal, principalmente as tetas. Se a ordenhação for mecânica, deve-se observar a higiene do equipamento."

Conforme explica Feliciano Oliveira, o cuidado com o animal começa em sua condução até a ordenha, que necessita ser a mais tranquila possível. Já o ato da ordenha, deve ser completo e ininterrupto. Depois de obter o leite, é necessário que ele seja levado imediatamente ao tanque de resfriamento para obter a temperatura de 4ºC, nas próximas três horas, ainda dentro da propriedade.

Segundo o coordenador de bovinocultura, a qualidade do leite pode ser prejudicada no transporte ao laticínio, por isso nesta hora é aconselhável redobrar os cuidados, para não correr risco de perder o processo desenvolvido anteriormente. "A coleta e o transporte do leite até o laticínio são pontos de risco, tanto pelo produtor como pela própria indústria que compra o leite, porque o magote, que faz a coleta do tanque para o caminhão, pode comprometer a qualidade se não estiver higienizado".

Feliciano Oliveira informa que o Minas Leite caminha em três linhas de ação: gestão de atividade, boas práticas de produção e qualidade do produto. Na gestão de atividade o produtor é orientado a fazer registros e anotações que irá direcioná-lo a saber o que gasta e o que recebe, levando-o a um equilíbrio entre produção e rentabilidade.

Já nas boas práticas de produção o técnico da Emater-MG dá instruções técnicas para melhorar a qualidade do produto e, por fim, no processo de venda, se a qualidade for boa, o produtor pode lucrar mais, recebendo bonificação do laticínio. Se o produtor seguir este direcionamento, terá sucesso em sua produção, aumentando seu lucro.

Fonte: Agência Minas

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Comentários

  • Olá amigos,

    Sou produtor de leite em Minas

    Todos nós, envolvidos na cadeia do leite, temos que somar esforços para que nosso leite seja competitivo, tanto em qualidade qto em custo de produção.

    É notório que para  conquistarmos o mercado internacional de lácteos, após suprirmos o mercado interno, teremos que melhorar em muito nossos índices de CBT e CCS.

    É um desafio para cada produtor de todo país que quer permanecer na atividade, e portanto deve contar com apoio de órgãos ligados no setor.

    Enfim, devemos somar forças pra um bem comum.

    Abraços!!!

  • Meu caro jovem:

    Eu só quero que o leite seja pensado como o melhor e mais nobre dos alimentos. Em momento algum eu disse que o leite tem de ser de qualidade inferior. Eu somente questiono o sistema de coleta. Entenda a minha fala, por favor.

    Eu sou extensionista e trabalho no sentido de termos o melhor leite. Eu trabalho qualidade de leite desde 1998, quando fui o precursor da implantação do primeiro resfriador de leite em Oratórios. 

    Por falar nisto, você tem notícias da Lei 12.669? 

    Foi bom você ter feito a sua observação.

  • José Antonio,

    Se todos pensarem como você vamos continuar sempre com leite de má qualidade. É preciso que cada um faça da sua parte sem se preocupar se o outro fez ou não. Quem decide se quer sair do atraso somos nós mesmos, se não fizermos nada, ninguém vai fazer por nós. 

  • Essa é a lei sobre a obrigatoriedade do laticínio informar até o dia 25 o preço do leite? Não tenho noticias José Antônio, mas vou procurar saber. Abraço!

  • Letícia:

    Concordo plenamente com você e, como extensionista, trabalho pra que isso aconteça.

    Mas, pelo visto, a indústria não está preocupada, pois os seus caminhões trafegam em dias quentes ou frios, secos ou chuvosos com aquela maldita mangueira imunda, à vista e com resíduos de leite. 

    E sobre a Lei 12.699, você tem notícias? 

  • Prezado José Antônio dos Reis,

    Sem dúvida, se misturarmos o leite de boa qualidade com o que não tem qualidade, o trabalho é todo perdido.

    Mas por outro lado, o pontapé inicial precisa ser dado. Exemplo disso é o Sítio Guaraná. Quem sabe os produtores vizinhos ao Sr. Paulo Sérgio Guerra também não se conscientizam? Produzir leite com qualidade passou da hora de ser uma obrigação do produtor. Leite é alimento, não podemos nos esquecer disso, independente das dificuldades. Existem tecnologias de baixo custo, como o Kit de Ordenha Manual da Embrapa, que possibilitam pequenos e médios produtores a produzir leite com baixa contagem bacteriana. Cada um de nós precisa fazer a sua parte. Produtores, técnicos, indústrias. Se todos produzirem leite de boa qualidade, não haverá leite ruim para se misturar no caminhão.

  • Para quê produzir leite de qualidade, se na hora da coleta, não se tem nenhum critério e misturam tudo? 

    E a aplicação da Lei 12,669 de 19/06/2012? Alguém tem notícias?

    Um abraço a todos.

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