Trocar experiências e ideias sobre assuntos que ainda são considerados polêmicos e que precisam de mais esclarecimentos é um dos objetivos do VI Encontro Nacional de Comissões Internas de Biossegurança – VI ENCIBio, realizado em Uberlândia de 15 a 18 de outubro. Durante a mesa redonda do primeiro dia de evento, o pesquisador Luiz Sérgio de Almeida Camargo da Comissão Interna de Biossegurança da Embrapa Gado de Leite, ao lado do José Fernando Garcia, da Faculdade de Medicina Veterinária da UNESP, Mário Hirata, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP/SP e Margareth Capurro, do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP), vão abordar os Desafios na Experimentação com Animais Geneticamente Modificados.

Segundo o pesquisador da Embrapa, um dos grandes desafios na área é definir os critérios para a condução de experimentos com animais de médio e grande porte mantidos em regime de contenção, de acordo com a classe de risco e nível de biossegurança exigido. Muitos dos critérios adotados para animais de laboratório podem ser utilizados em área de contenção para os de grande porte, enquanto outros são mais difíceis de serem realizados. “Em um laboratório é possível impedir a passagem de insetos, como as moscas. No entanto, em um curral com grande quantidade de bovinos, por exemplo, é difícil. Além do mais, dependendo do tamanho do rebanho isto se torna oneroso, limitando a condução de experimentos, principalmente por parte de instituições públicas de pesquisa”, explicou Luiz Sérgio.

Mesmo assim, o pesquisador ainda aponta os benefícios dos estudos com os transgênicos em regime de contenção com animais de médio e grande porte. “É importante para se estabelecer a geração de animais GM de forma eficiente e segura, pois são fundamentais para biofábricas que produzem proteínas recombinantes. Certas drogas farmacêuticas são fabricadas em bactérias ou células geneticamente modificadas cultivadas em grandes estruturas laboratoriais e já são comercializadas, como a insulina recombinante”, disse.

Luiz Sérgio ainda salienta que um animal GM de médio ou grande porte poderá produzir no leite a mesma proteína, com o mesmo gene, porém em maior quantidade, requerendo menor estrutura física e menos gastos de energia de um laboratório.

Dessa maneira, espera-se uma maior produção da proteína a um menor custo, podendo atender uma maior parcela da população. Outro aspecto é gerar animais GM que possam ser mais resistentes a doenças e contribuir para a produção de alimentos que sejam mais saudáveis, com menos uso de antibióticos e inseticidas.

A mesa redonda na qual o pesquisador Luiz Sérgio de Almeida Camargo da Comissão Interna de Biossegurança da Embrapa Gado de Leite integrará será realizada no dia 16 de outubro, às 16h, durante o VI ENCIBio em Uberlândia.

FONTE: Rubens Neiva - Jornalista da Embrapa Gado de Leite

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