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A crescente importância dada pelos consumidores brasileiros e pelo mercado internacional aos impactos ambientais de produtos ou serviços traz novas oportunidades para os produtores rurais. De acordo com a pesquisadora Claudia De Mori, da Embrapa Pecuária Sudeste, de São Carlos (SP), existe a possibilidade de agregar valor e melhorar o desempenho de propriedades que respeitam o meio ambiente. Esses adicionais podem ser via prestação de serviços especializados ou venda de produtos elaborados a partir de resíduos ou produzidos por métodos sustentáveis, como orgânicos, por exemplo, e por melhorias na eficiência dos sistemas produtivos.

A pesquisadora vai falar sobre receitas e custos ambientais na propriedade durante o Simpósio de Produção Animal e Recursos Hídricos (VI SPARH). O evento ocorre na próxima semana, nos dias 22 e 23 de outubro, e vai abordar a temática das relações da água com a produção de proteína animal.

Claudia acredita que a preocupação dos consumidores com degradação ambiental e mudanças climáticas tem condicionado mudanças na postura dos proprietários rurais. “Para continuarem competitivos, precisam levar em conta os reflexos de suas ações no meio ambiente, incorporando novas tecnologias e instrumentos de planejamento e controle em conformidade com os novos padrões de exigência dos consumidores e deste novo futuro que se desenha pela frente. Ou seja, devem exercer suas atividades de forma a não prejudicar o biossistema e, consequentemente, não degradar a competitividade do seu negócio”, destaca. Para ela, isso tem implicações na decisão de quais tecnologias serão adotadas (ambientalmente amigáveis ou limpas), o que altera o custo do produto e a eficiência do processo, permite agregação de valor e também resulta em alterações na gestão econômico-financeira da propriedade rural (contabilidade ambiental e custos ambientais).

Custos ambientais

Um sistema de produção não planejado e que não realiza o manejo sustentável acaba por acumular perdas na produtividade e ainda restrições de mercado, impactando diretamente na receita da propriedade. Segundo Claudia De Mori não é uma tarefa simples incorporar a questão ambiental no processo de decisão das organizações, mas é possível e lucrativo. “A ineficiência do processo produtivo em relação ao processo ambiental leva à necessidade de reparação de danos causados ou pagamento de multas e indenizações”, alerta.

A inclusão dos custos e despesas na contabilidade possibilita que o pecuarista reduza gastos de ineficiência, inclua novas fontes de renda, como a reciclagem, venda e aproveitamento de resíduos e evite multas. Além disso, abre espaço para o acompanhamento de diversos indicadores: valor do passivo ambiental, custo de água e energia por quilo de produto, gasto com transporte, disposição e armazenagem de resíduo, percentual de investimento em melhorias ambientais em relação ao orçamento, custos de incidentes ambientais e multas quanto ao faturamento bruto, entre outros, melhorando o processo de tomada de decisões na propriedade

O tema tratado pela pesquisadora será apresentado no Painel “A economia do manejo de insumos e resíduos na produção animal”, que começa às 9 horas, de sexta-feira (23), durante o VI SPARH. Além de Cláudia De Mori, outros três painelistas vão trazer assuntos para o debate. O pesquisador Marcelo Miele, da Embrapa, vai falar sobre custos e receitas do tratamento e reuso de efluentes da suinocultura. Airon Aires, do Grupo Mantiqueira e Bioenergy Solution, apresenta o tema compostagem de resíduos animais e os aspectos econômicos do processo. Já o professor Augusto Gameiro, da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da USP, discute custos e receitas do uso de resíduos como fertilizante.

Serviço

VI Simpósio de Produção Animal e Recursos Hídricos (SPARH)
Data: 22 e 23 de outubro de 2020
Evento virtual
Prazo para inscrição: 20/10/2020
Mais informações: https://bit.ly/sparh2020

Gisele Rosso (Mtb 3091/PR)

Embrapa Pecuária Sudeste

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