Uma simples lavagem com água corrente e enxague com água destilada pode não ser suficiente para eliminar certos contaminantes. Este procedimento é indicado para remoção de contaminantes como ácidos, bases, tampões ou solventes orgânicos. Entretanto, na presença de compostos como ésteres, lipídios ou ácidos graxos, pode haver a necessidade de um procedimento de remoção destes produtos com detergentes (surfactantes aniônicos), que são moléculas orgânicas com uma extremidade polar, hidrofílica e outra não polar, hidrofóbica. Devido a esta estrutura química, tais moléculas são capazes de transformar resíduos insolúveis em solúveis.Detergentes alcalinos livres de minerais têm custo elevado, e geralmente não são suficientes para uma completa descontaminação. Outros procedimentos podem ser necessários para tornar estes materiais reutilizáveis, tais como lavagens ácidas, autoclavagem ou assepsias químicas para remoção de microrganismos. Estes procedimentos podem ter um custo bastante elevado, chegando a ultrapassar o valor de mercado dos materiais reaproveitados. E se adicionarmos a estes custos o tempo gasto pelos técnicos para execução destes protocolos? Podemos adicionar ainda, a estes, o custo de oportunidade, ou seja, o tempo gasto para executar estas tarefas, que poderiam ser utilizados com outros procedimentos analíticos no laboratório. E a questão ambiental, se optarmos por descartar estes materiais e não lavar? Basicamente, todos estes materiais podem ser reciclados caso não contenham agentes biológicos patogênicos a seres humanos, que geralmente são descartados segundo as normas de biossegurança.E você, como base nas colocações acima, optaria por descartar ou lavar estes matérias de laboratório?
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Comentários

  • Bom dia Ernando, pelo que sei existe um padrão de rótulo que deve ser seguido tanto para o que vai ser enaminhado para o GERELAB, quanto para o que vai ficar como passivo "armazenado" no GERELAB. Quem poderia definir melhor seria o Cristiano e o Ricardo.
  • Oi Marcelo,
    Quando aos resíduos químicos, não acha que deveríamos criar um rótulo padrão para a sua identificação? Orientar todos os laboratórios para coletar e armazenar estes resíduos até que sejam encaminhados ao GERELAB. Ainda que somos referência na gestão de resíduos, temos muito que caminhar para uma excelência neste tema.
    Não tenho muito a acrescentar, mas juntos podemos buscar uma melhoria na gestão de resíduos de laboratório.
  • Oi Ernando e Letícia, considero muito importante a abordagem desta discussão. temos que pensar na geração de resíduos gerados nos processos. quando realizamos uma análise vale a pena considerar se não ficaria menos "poluente" se, por exemplo, forem utilizadas placas de cultivo de micro-organismos descartáveis. Quanto a lavagem para reutilização de vidrarias devemos estar atentos principalmente às necessidades de controle de qualidade daquilo que geramos como resultados.
    A Embrapa Gado de Leite é referência quando se fala de resíduos de laboratórios, desde 2007 a Unidade gerencia e é credenciada como geradora de resíduos biológicos, que na legislação é o resíduo de serviço de saúde. Todo resíduo gerado de processo de análise que tenha ou seja resíduo biológico deve ser encaminhado para o Laboratório de gerenciamento de resíduos às sextas-feiras. e No início do ano de 2010 já tinhamos bastante atuante o GERELAB. Para ainda assim podermos ter mais garantias de que estamos atuando concretamente em questões de segurança química e biológica está instalado e funcionando o sistema de controle do lançamento de dejetos dos laboratórios todo efluente de laboratórios da embrapa, água das pias de lavagem, passa por um sistema que mede "on time", e controla, o pH do esgoto e se houver alguma diferença é acionado um sistema de neutralização. É mas temos muito para ser abordado ainda neste tema, que é de meu grande interesse.
  • Obrigada pela resposta Ernando!
  • Oi Letícia,
    Estes materiais, caso não estejam contaminados com metal pesado, substâncias toxicas ou carcinogênicas podem ser reciclados normalmente. Como se recicla o lixo comum, ou seja podem ser entregues a coleta seletiva da prefeitura. Na presença destes contaminantes eles tem que ser levados para industrias especializadas como e o caso da CETREL no Pólo de Camaçari na Bahia. Eles transformam estes, e outros resíduos em combustível para industrias que tenha auto forno, como as industrias de cimento.
    Para transportar este resíduos é necessário uma licença de operação emitida pela comissão estadual de controle ambiental do governo do estado e uma permissão do DETRAN o MOPP Movimentação de Produtos Perigosos. Provavelmente os motoristas aqui na Embrapa tem a autorização do DETRAN, assim teríamos que obter a licença do estado. A empresa interessada na obtenção da licença tem que atender uma série requisitos e documentos e um plano de gerenciamento destes resíduos assinado por um químico responsável.
    No caso da Embrapa Gado de Leite temos o GERELAB, que é laboratório de gerenciamento de resíduos. Que tem anexado a ele um depósito que armazenamos todos os resíduos que não podemos tratar. Isto nos permite acondicionar estes resíduos por um bom tempo, e transportá-los quando nos for conveniente. Assim, acho que pagar pelo transporte de uma empresa especializada em nosso caso, é a melhor opção.
    Espero ter ajudado na dúvida, e obrigado pelo comentário.
  • Ernando, uma dúvida: é fácil descartar estes materiais, levando-os diretamente as indústrias que reciclam? Ou dependeria de um terceiro (prefeitura, por exemplo) enviar o material para reciclagem? Porque se o caminho da reciclagem for facilitado, na minha opinião, essa seria a melhor opção.
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